A
cidade maravilhosa vivia seus dias mais violentos. A população tinha
medo de sair as ruas e cada vez mais estava se tornando uma cidade
fantasma, de ruas desertas e janelas fechadas. Numa dessas janelas, um
grupo de amigos se reunia, coisa que sempre faziam. Nunca combinavam,
porém sempre se encontravam. Três deles jogavam algum dos inúmeros jogos
online que volta e meia começavam e paravam de jogar, sempre juntos. A
TV ligada perto da parede passava um telejornal, porém ninguém estava
assistindo. O âncora transmitia as notícias de sempre: acidentes,
assaltos, mortes. Já havia se tornado a mais comum das rotinas. Os
garotos sempre gostavam de discutir assuntos que pouco interessavam a
maioria das pessoas de sua idade, entre 20 e 24 anos. Falavam do
comportamento humano, discutiam como a situação tinha chegado naquele
ponto. Apesar do interesse no assunto, os amigos tinham feito tanto
quanto todo mundo, algo parar aquela situação, nada. Com o assunto em
pauta e já cansados da jogatina, começaram a ouvir ao noticiário.
-
... 3 pessoas feridas. Um homem, de 46 anos, morreu na hora. As pessoas
saíam do supermercado e foram abordadas pelos marginais. A equipe de
reportagem não conseguiu encontrar testemunhas dispostas a dar
entrevista e o supermercado encerrou suas atividades pelo dia de hoje. É
com você, Fernandes. - noticiou o repórter, no local do acontecimento. O
âncora, Sérgio Fernandes, prosseguiu o noticiário com notícias
desinteressantes.
-
Porra! O pessoal não consegue nem mais sair e comprar comida. - disse
indignado, um dos amigos. Frederico, o Fred, como o chamavam, era o
maior dentre eles, um pouco acima do peso, mas forte como um touro,
tinha o cabelo e os olhos escuros e temperamento caloroso.
-
Está cada vez pior, cara. - disse Davi, colocando a mão no ombro de
Fred, tentando acalmá-lo. Davi era forte, mas menor. Era na casa aonde
vivia ele e um dos irmãos, Tadeu, que o grupo se reunia. Um pouco
tímido, mas não entre seus colegas. Tinha cabelos e olhos escuros
também.
-
O pior é que os que deixaram isso acontecer, estão aí, cheios da grana e
de seguranças. Não percebem o que fizeram, põe a culpa nos pobres,
aqueles que juraram proteger e lutar. - O último dentre os três
presentes era Victor, o único de cabelos e olhos claros. Era também, o
mais inteligente, sempre com algo interessante e geralmente certo para
contar ou dizer. Era também o único verdadeiramente magro.
- Se eu pegasse um vagabundo desses eu matava. Não ia ter pena não... - Fred, acrescentou.
- Se eu pegasse um vagabundo desses eu matava. Não ia ter pena não... - Fred, acrescentou.
- Vamos comprar umas armas e defender o bairro!! Hahahahaha... - Davi, dando uma de engraçado, como sempre.
Levando a sério, Victor respondeu:
- Se a gente tivesse um cartão de porte de armas. Hoje em dia lojas de arma não são tão incomuns assim.
- É zoação, animal! O cara quer ser um vigilante... - Os três riram.
Levando a sério, Victor respondeu:
- Se a gente tivesse um cartão de porte de armas. Hoje em dia lojas de arma não são tão incomuns assim.
- É zoação, animal! O cara quer ser um vigilante... - Os três riram.
Os
três estavam muito interessados na conversa, porém a porta do quarto se
abriu com um estrondo e os interrompeu. Era Rafael, um dos mais antigos
amigos de Davi, ele tinha cabelos castanhos e com ele estava Tadeu,
tinha olhos escuros, mas não tinha cabelos. Os dois pareciam tão
assustados e animados ao mesmo tempo que nem foram questionados a
respeito da porta batendo violentamente na parede.
-
Os traficantes tomaram uma casa na rua de trás! Estão rodando o
quarteirão. Parece filme de ação! - Exaltou, tão rápido que não
conseguiu respirar, ficando ofegante depois de falar.
- Tá aí! Vai lá, Victor. Mata geral! - Desafiou, Davi.
- Tenho um plano. É sério.
- Tenho um plano. É sério.
Os amigos se entreolharam e Victor começou a falar. Eles ficaram sem palavras.
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